sábado, 19 de novembro de 2011

Envelhecendo na África do Sul

DesgraçaDesgraça de J.M. Coetzee
(My rating: 3 of 5 stars)

David Lurie, acadêmico branco de fala inglesa numa África do Sul pós-apartheid, e sua luta contra o superego - ou mesmo pelo direito de ter esse conflito sendo um homem de meia idade. A combinação faz um livro cativante desde as primeiras páginas. A briga dura entre a dura realidade e as sedes de David - eróticas, afetivas, sociais, artísticas e intelectuais. Cada derrota dói, e por isso sabe-se que é um bom livro.
Entretanto, termina-se com a sensação de não conhecer alguns personagens. Não consigo compreender Lucy, por exemplo. Que David não compreenda sua filha é aceitável e até natural, mas a posição privilegiada do autor deveria permitir-lhe romper o solipsismo dela. Será de propósito que não o faz? Será para nos dizer que o solipsismo é um dos aspectos desgraçados da realidade que temos de aceitar?
Certamente é, por mais hábeis que sejamos com a linguagem. Mas duvido que Coetzee tenha posto esta mensagem na garrafa de propósito.

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

2011: Minha Odisséia pelo Rock Progressivo [3/3]



Chegando do show do Yes. Os caras estão claramente velhos e cansados, mas ainda assim é um privilégio ver ao vivo e de tão perto esse protagonista da história do rock progressivo.
O Chris Squire é uma figura: grande, barrigudo, as pernas finas na calça apertada, uma camisa verde-limão e um ventilador na cara o tempo todo pro cabelo ficar 'bonito' (sem contar o chutinho no ar) - e o Rickenbacker branco e estridente sempre lá, pra minha alegria. O Steve Howe envelheceu 2 vezes mais que o resto da banda (ele que parecia um garoto!), e ficou mais ranzinza também (nem tocou a introdução inteira de Roundabout! No improviso, fez um sinal de cabeça pro baixista tipo "vai daqui mesmo", e partiu do fim da intro). E ainda mastigou na guitarra várias vezes. O genérico do Jon Anderson tem a mesma voz, mas é a cara do George Michael, e o tecladista, que não é o Rick Wakeman, é uma bixona vestida de veludo vermelho, uma caveira de lantejoula na camisa e calça apertada de couro de cobra
O Alan White tava lá, bem mineiro atrás da bateria.

Momento alto do show: Heart of the Sunrise



Outro momento que mereceu aplauso de pé: Fly From Here (tema do album novo). Forte candidata a épico do rock progressivo (se isso ainda for possível), e eu tava lá na primeira vez que foi tocada ao vivo numa turnê!



Fecha bem um ano que incluiu shows de Dream Theater e Rush (maior de todos!).
Salve.